16 de ago. de 2010

A Origem


   Me senti meio estranho quando sai de "A Origem". Parecia que o filme não tinha acabado ainda e, cá entre nós, deve ter sido por conta do final, digamos, perturbador. Quem assistiu vai se lembrar do sentimento conjunto de toda a sala ao ver o final do filme. Quem não viu, fica aqui a dica. Ah sim, a atenção é algo fundamental neste filme.

   Dom Cobb é um experiente ladrão, capaz de penetrar no íntimo e infinito universo dos sonhos e, assim, roubar valiosos segredos dos subconscientes das pessoas enquanto elas estão dormindo. A rara habilidade de Cobb o tornou um invejável jogador neste universo de espionagem, ao mesmo tempo em que o transformou em um fugitivo internacional e lhe custou tudo o que ama.


   Como disse antes, sem atenção você não entenderá A Origem. Se você espirrar ou se distrair, corre o risco de sair da sala sem entender nada do filme. Eu que fiquei atento durante todo o filme, só fui realmente entender o enredo e toda sua consistência algumas horas depois. Na realidade, acredito que no dia seguinte ainda não tinha pego toda a complexidade do filme. Se isso é ruim? Pelo contrário, faz tempo que o cinema está devendo filmes que realmente nos fazem pensar ou pelo menos refletir um pouco. A complexidade e a profundidade alcançada por A Origem não mostra, nada menos, do que um filme que vai fazer muito sucesso e chamar muita atenção. Talvez não faça tanto sucesso quanto Avatar ou Crepúsculo, mas fazer o que se o povo não gosta de pensar.


   O assunto do filme não poderia ser mais controverso do que a mente humana.  O grau de abstração que o filme chega é enorme. Não há nada no mundo real que possa ser comparado ou que sirva como base. Por essas e outras, A Origem leva o espectador à uma viagem ao próprio interior humano, mostrando para o público o quão complexa nossa mente é.  Aconselho também a, se possível, ver o filme duas vezes, não seguidas, mas com um espaço de alguns dias. Isso vai ajudar a pegar mais pontos importantes do filme. Isso porque durante a primeira sessão, nós mergulhamos tão profundamente na história que acabamos não prestando atenção aos detalhes, geralmente importantes.
   Por falar nisso, creio que este seja o único ponto ruim do filme, o "time", o tempo que decorre entre as ações e interligam os fatos durante o filme. Tudo bem, eles estavam correndo contra o tempo, mas algumas tomadas passavam tão rápido que você assistia mas não via (entendeu?), ou seja, apesar de estar assistindo o filme, a cena terminava tão rapidamente que, quando terminasse, você não lembrava mais o começo. Se algumas cenas fossem mais lentas, ajudaria o público a formar uma base melhor para a carga complexa do filme. Tudo bem, não precisa deixar o filme com 3 horas de duração, é só selecionar as partes importantes.
   Mesmo assim, seria impossível não dar 5 estrelas para um filme tão bem estruturado e feito como A Origem. Um filme que leva o público junto com a história, como os melhores clássicos são. Vale a pena ter em sua estante de DVD's (ou blu-ray, sei lá) este filme que há muito tempo não se via.


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