2 de out. de 2010

O Último Exorcismo


   Fui assistir a este filme com uma expectativa pré-formada e isso não é bom. Se você for assistir um filme com uma opinião já formada, poderá sair de duas formas: ou amando o filme ou odiando. No meu caso sai totalmente atordoado, não sabia se o filme foi bom ou não. Pode ter sido bom pela forma como foi feito, mas foi ruim por não ser aquilo que eu pensava. Então fica a dica, nunca tenham uma opinião sobre um filme antes de vê-lo por completo.

   Numa fazenda no estado de Louisiana, nos Estados Unidos, Louis Sweetzer acredita que sua filha Nell está possuída por um demônio. Ele chama o reverendo Cotton Marcus, com dezenas de exorcismos realizados, para salvar a jovem. Cotton decide filmar para um documentário este que será seu último exorcismo, mas o que encontra no local é diferente de tudo que já tinha visto antes.
   
   Sim, este é mais um filme sobre exorcismo. Como se não bastasse os vários já existentes. Mas esse traz algo novo, pelo menos em filme de exorcismo, que já foi utilizado com sucesso em alguns outros filmes: o estilo de documentário, ou mocumentário, que é um documentário totalmente feito com cenas fictícias. Sinceramente não sei o que levou o diretor Daniel Stamm a usar isso neste filme. Não é porque deu certo em REC e Atividade Paranormal que o mocumentário é uma fórmula mágica que faz os filmes de terror ficarem viciantes e ótimos. Como A Bruxa de Blair, filme até hoje lembrado quando se tem um filme com mocumentário.


   E como os roteiristas (Huck Botko e Andrew Gurland) acharam que o filme visivelmente plagiado de Bruxa de Blair ficara bom. Medonho e completamente tosco, deu pra sentir a decepção visível da plateia ao final totalmente repentino. Demorou pelo menos 1 minuto para que grande parte do público percebesse que o filme já acabara e se fosse embora. Sinceramente senti vontade de passar pela fila da próxima sessão e falar para trocarem seus ingressos por outro filme ou voltarem para casa.


   O roteiro é um caso a parte, onde grande parte está desconstruída ou construída demais. O começo, que como todo "documentário" tem, é uma introdução ao personagem principal da trama, dessa vez um pastor fajuto que quer mostrar a farsa dos exorcismos. Acontece que este começo foi muito alongado e até um pouco redundante. Poderia tirar cinco minutos da introdução e o restante do filme fluiría melhor.
   O que atrai no filme é o trailer, mais um exemplo do gasto na propaganda que acabará gerando receita para o filme. Fora o trailer atraente, o vídeo do filme exibido no Chatroulette foi uma grande cartada, digna da mídia virtual criada por Atividade Paranormal. Mas, assim como O Último Mestre do Ar, o trailer não refletiu no filme, decepcionando seus espectadores. Quando acontece isso, acabo sentindo um certa tristeza pelos envolvidos no filme, que sempre esperam o sucesso do longa.
   Falando nos envolvidos, os atores estão bons e acho que são eles que não permitem o filme afundar de vez. Embora Nell Sweetzer, personagem vivida por Ashley Bell, não surpreenda no início, até que sua atuação enquanto possuída rende muito suspense e temor, principalmente na parte onde ela toma posse da câmera. Mas as partes boas do filme são logo esquecidas quando surge o enorme clichê do quarto pintado de sangue com pentagramas e o típico "666" de filmes de terror de segunda mão. Podia ter ficado sem essa.
   Pelo balanço de tudo, o filme não atingiu nem metade do que mostrava ser. Quem for assistir o filme na esperança de ver um bom filme de terror em mocumentário, pense duas vezes antes de ir.



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