28 de jan. de 2010

Avatar - O iceberg que afundou Titanic


Como todos já sabem, Avatar superou Titanic em bilheterias internacionais e se tornou o filme de maior bilheteria de todos os tempos. Mas, será que Avatar foi realmente merecedor disto? Ora, Avatar passou Titanic tão rápido, por que o preço dos ingresso em 3D é mais caro. E ainda mais, a bilheteria nem foi ajustada pela inflação. Se fôssemos converter o antigo dólar para o de hoje, o filme de maior bilheteria seria E o vento levou.
Bom, vamos falar do filme. Avatar começa com um ex-combatente do exército americano, chamado Jake Sully, indo para um planeta chamado Pandora, no lugar do irmão gêmeo cientista que foi assassinado por um assaltante. Lá ele participa do chamado Programa Avatar, que cria avatares na'vi (o nome dos humanóides habitantes de Pandora) com base no DNA do cientista combinado com o DNA na'vi. Até aí tudo bem, ele ajuda o coronel a descobrir onde os na'vis podem ser atacados, etc e tal. Acontece que ele se apaixona por Neytiri, filha do chefe de um dos clãs na'vi. É aí que começam os problemas.
Jake decide mudar de lado na batalha e ajudar os na'vis e quando tudo parecia perdido, Eywa, a divindade dos na'vis, faz com que os animais ataquem os humanos, tudo lindo e maravilhoso. Jake decide se tornar um na'vi e troca de corpo com seu avatar. Este é o filme.






Curioso como o filme é semelhante com Pocahontas, a história real da índia que se apaixonou pelo colonizador. Várias passagens são quase idênticas em ambas as histórias, o mais curioso é o nome do personagem principal, Jake Sully, que lembra muito o colonizador, John Smith. Mas whatever, Cameron começou o roteiro na década de 90 e se não me engano, Pocahontas foi feito uns dois anos antes. Bom, plágio ou não, o roteiro não é forte. Nem ao menos cria expectativa. Na metade do filme, você sabe o final. Pior, no primeiro encontro com o general, você já sabe que no futuro ele vai se tornar vilão. Ah, outra coisa sobre o general, a imagem dele é o do puro-soldado-forte-com-cicatriz, nada inovador.
A trilha não é lá esta coisa toda, apesar da música tema I see You, interpretada por Leona Lewis, ser até que boa, porém não tão marcante quanto My Heart Will Go On, de Titanic. Tanto é que Avatar concorreu no globo de ouro nas categorias Melhor Trilha e Melhor Música e perdeu.


Fora isso, Avatar foi muito criticado, por instituições feministas que disseram que o filme é machista por que os na'vis machos têm mais massa muscular do que as fêmeas; foi também por instituições anti-fumo, por que um dos personagens fuma explicitamente no filme e por aí vai. Mas Avatar parecia imune a essas críticas, pois a cada semana era líder em bilheterias. E assim foi cavalgando até Titanic.
Acho que a mais pesada crítica ao filme se resume em um novo tipo de "doença": a depressão pós-avatar. Várias pessoas atestaram que ficaram deprimidas depois de ver o filme, por que Pandora é tão maravilhoso, por que ser um na'vi é melhor do que ser um humano, etc etc. O ponto mais crítico foram as mensagens no fórum oficial do filme que prediziam suicídio. Em um destes posts, um carinha disse que pensou em suicídio imaginando acordar em um mundo tão maravilhoso quanto Pandora. Lamental u.u se quer viver no mato, como índio, vai pra a amazônia, é mais perto.

Bom, os efeitos são um caso à parte. A maravilha tecnológica que Cameron trouxe para nós aproximou um pouco mais o cinema da realidade. Teve um momento no filme, durante o ataque à árvore-casa dos na'vis que foi tão bem feito que você acaba achando que o fogo é real. (tá, exagerei). Além disto, a tecnologia usada para pegar as expressões dos atores superou as anteriores. Já tinha visto outros filmes que usavam a mesma tecnologia, como A casa monstro e Expresso Polar, mas não era convincente. O 3D usado tão bem em Avatar chamou a atenção de Hollywood e vários filmes já estão destinados ao 3D, como as duas partes do filme final de Harry Potter e até possívelmente Star Wars.
Cameron já anunciou o Avatar 2 e até uma possível trilogia. Lembrando que este diretor não é daqueles que ficam presos a um só filme, é possível que ele não dirija a continuação e sim um de seus amigos diretores, como George Lucas (será?). O que interessa é que assim como todos, Cameron ficou surpreso em ganhar o Globo de Ouro de melhor filme e diretor (particularmente, achei que Bastardos Inglórios ganharia), além de um tapinha nas costas e um "boa campeão". Sendo assim, Avatar ganhou oito indicações ao Bafta, que é tipo um Oscar Britânico e parece que vai levar o Oscar junto. A nós, resta esperar que depois de Avatar os filme se tornem mais realistas.




NOTA FINAL PARA AVATAR:

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1 comentários:

Marques disse...

Mas que ótima crítica! Muito imparcial e mostrando de forma concreta as coisas boas e ruins nesse filme... Realmente, está de parabéns!

28 de janeiro de 2010 às 19:54

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